"É só uma gordurinha no fígado": Será?
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GASTROENTEROLOGIA
Dr. Arnaldo Pontello Neves
10/27/20252 min read
Durante muito tempo, ouvir que havia “uma gordurinha no fígado” soava inofensivo quase como algo passageiro, sem maiores preocupações. No entanto, a ciência tem mostrado que essa “gordurinha” pode ser o primeiro sinal de uma alteração metabólica complexa, capaz de evoluir silenciosamente para quadros mais sérios, como inflamação, fibrose e até cirrose. É dentro desse novo olhar que surge o termo Doença Hepática Gordurosa Associada ao Metabolismo (MASLD), uma das condições mais prevalentes do mundo atual.
A Doença Hepática Gordurosa Associada ao Metabolismo (MASLD) é atualmente uma das condições mais prevalentes no mundo, refletindo o impacto crescente da obesidade e da síndrome metabólica.
No Brasil, estima-se que cerca de 30% da população apresente algum grau de acúmulo de gordura no fígado.
Essa condição, anteriormente chamada de esteatose hepática não alcoólica (EHNA/NASH), vem ganhando novos olhares e novas perspectivas terapêuticas.
Do diagnóstico ao novo paradigma
Em 2023, um consenso internacional propôs o termo MASLD (Metabolic dysfunction-Associated Steatotic Liver Disease) para substituir o antigo NAFLD, destacando o papel central das disfunções metabólicas.
Essa mudança trouxe uma abordagem mais integrada, reconhecendo o fígado como parte de um sistema metabólico complexo e não como um órgão isolado.
As terapias emergentes
Até pouco tempo, o tratamento se baseava exclusivamente em mudanças de estilo de vida, controle glicêmico e perda de peso.
Nos últimos anos, porém, surgiram terapias promissoras, especialmente com o uso de agonistas do receptor GLP-1, como semaglutida e tirzepatida, que mostraram resultados animadores na redução da gordura hepática e da inflamação.
Destaques científicos:
• Estudos recentes como o publicado no New England Journal of Medicine (2023) demonstraram melhora significativa no escore histológico de esteato-hepatite em pacientes tratados com tirzepatida.
• Outras moléculas em estudo incluem agonistas duplos e triplos de incretinas, além de agonistas do receptor FXR, abrindo novas possibilidades terapêuticas.
A realidade brasileira
Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios importantes relacionados ao acesso ao tratamento, diagnóstico precoce e educação em saúde.
O uso dos agonistas GLP-1 é limitado por custo e disponibilidade, e as políticas públicas de rastreamento da MASLD ainda estão em fase inicial.
“Mais do que novas medicações, precisamos de uma mudança cultural em torno da saúde metabólica e da prevenção.”
As terapias emergentes trazem esperança para pacientes com MASLD, mas o tratamento deve ser encarado de forma integrada envolvendo mudanças de hábitos, controle metabólico e acompanhamento multiprofissional.
O futuro da hepatologia e da gastroenterologia caminha lado a lado com a medicina de precisão e a tecnologia, unindo ciência e personalização do cuidado.
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